Quartas de final da CB
Botafogo 1x1 Flamengo
Nesta sequência que eles tanto gostam de mencionar como de supremacia (não os vencemos, dizem sempre), este, seguramente, deve ter sido o "centésimo" empate entre os dois times de 2000 para cá. Vou ver se no jogo do brasileirão, coloco aqui a sequência de partidas desde o nosso 3x1 daquele ano.
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No fim do primeiro tempo, lá do Maraca, o Carlos Henrique me passou um SMS reclamando da atitude do time e de mudanças para o intervalo, claro, incluindo o Seedorf entre os que deveriam sair. Mas o time voltou, mudou e não venceu porque a fase não é boa e, o mais importante agora, passou a ser recobrar a confiança e reimplantar aquele bom toque de bola para a sequência da temporada.
Com este resumo acima, vimos num primeiro tempo um Botafogo totalmente envolvido por um adversário voluntarioso e só. Fizeram um belo gol, tocavam a bola como se o Botafogo fossem e nem parecia que o nosso time era o vice líder do brasileirão e o deles, um dos candidatos ao Z4. Mas foi assim que sofremos por toda a primeira etapa.
Os gritos da nossa torcida antes da bola rolar até ecoavam bonito, vindos da TV, mas o time, infelizmente, não conseguiu levar este incentivo para os pés. Perdíamos tudo, de passes a bolas pelo alto. Todo rebote era deles e o toque que prevalecia era, invariavelmente, o do time adversário. Sofremos o primeiro chute perigoso logo aos 2 minutos, não fomos na área deles e, aos 12, deu a lógica. Numa arrancada pela esquerda, a bola foi cruzada na nossa área e o atleta deles a rebateu com precisão na cabeça do companheiro que completou no canto.
Nosso time então se perdeu em campo. Se não conseguia se impor antes do gol, a partir dele, nos arriscamos até a tomar o segundo e o terceiro. Pouco objetivo, nosso time ia à frente sem sequer chegar perto da área deles e os contraataques eram a consequência perigosa, já que a proposta deles era jogar com o time fechado e sair com rapidez para o nosso cmapo, claro que muito ajudados depois pelo gol logo cedo. Para se ter uma idéia da inoperância do nosso time, só fomos chutar a primeira bola a gol depois dos 37 minutos.
Mas nada como um tempo depois do outro. Retornando do vestiário com mudanças de posição (Seedorf recuou e Rafael Marques foi mais para perto da área), começamos a chutar a gol de tal forma que, lá pelo meio desta etapa, sofrêramos apenas um chute, contra os mais de 9 que lhes impusemos lá atrás. E, num deles, Edilson, que brilha na direita (não errou praticamente nada hoje), chutou com força para o meio da área para que a bola alcançasse o Rafael mas, quando o zagueiro marcador tentou interferir na jogada, a bola lhe tocou a perna e enganou o goleiro, morrendo nas redes.
O gol incendiou a nossa arquibancada e o time em campo, a ponto de não termos virado, logo 2 minutos depois, por pura falta de sorte, numa bela troca de passes entre Rafael e Lodeiro dentro da área. E não só equilibramos as ações a partir do gol como, principalmente, anulamos qualquer possibilidade de que pudessem nos incomodar, mesmo com todas as alterações feitas pelo técnico adversário. Ele trocava jogador para atacar pela ponta e a nossa marcação não bobeava, reforçava o meio e Mattos ajudado por Gabriel fechavam o setor como nos bons tempos.
O time melhorou a tal ponto que só não virou o jogo devido mesmo à fase ruim e ao fato de ainda termos o Seedorf muito abaixo do que pode render, apesar de ter melhorado muito na segunda etapa. Alex entrou então no lugar do cansado Lodeiro aos 30 mas este aí, já sabemos, só dá certo quando todo o time vai bem e assim, nem a posterior troca do Hyuri pelo Otávio, 4 minutos depois, rendeu mais nada, apesar de termos visto mais uma vez o garoto dos juniores fazer boas jogadas. No fim, com as cãimbras do zagueiro substituto Dankler, Zen entrou e foi para o meio, ficando o Mattos recuado na zaga. Não deu mais tempo para organizar melhor o time e tentar a virada.
O jogo da volta é daqui a um mês e até lá, com toda a certeza, teremos "de volta" Seedorf e Lodeiro, que atualmente estão na fase de 'troca de penas'. Ah! Eu disse que com a entrada do Alex não iríamos conseguir nada mas vejam como Otávio, com mais tranquilidade, faria o gol da vitória aos 46 minutos, numa belíssima jogada do Rafael. Só não fez devido a fatores destes que sempre envolvem um atleta recém saído dos juniores, em fim de jogo tão escamado e perigoso. Sorte e vida longa ao nosso mais novo atleta do celeiro de craques de General Severiano.
CURTAS
- Dankler - podemos dizer que, à venda inevitável do Dória, já temos zagueiro pronto para o substituir. Para quem fez a sua estréia, aos 21 anos, num jogo deste porte e, ainda mais, vindo de um ano sem atuar profissionalmente, o garoto jogou muito. Os erros pontuais devem ser perdoados sem medo de estarmos sendo precipitados.
- Me surpreendi positivamente com o Seedorf hoje. Acho que é mesmo problema de joelho este que o tem feito jogar tão mal. Tomara que seja poupado no domingo para que se recupere para jogos como o contra o Grêmio, pelo brasileirão. Agora, vamos esperar a opinião de quem esteve no estádio, bem ali em frente ao gol do Edilson. O Henrique vem aí e o bicho vai pegar.
- E o gol deles ainda foi com a mão (1:19 do vídeo abaixo). Vejam em tela grande.
Fui...
E não gostei. Alguns poucos minutos de iniciativa, e depois domínio deles. Depois do gol achado, pior ainda. O time errava passes demais e não tinha mobilidade. Fatal isso. Como jogar se não sabe fazer a bola circular pelo campo, e se depois não consegue chegar nas jogadas? Não ganhávamos uma dividida, não levávamos nenhuma segunda bola, não pegávamos um rebote.
Parecia um jogo de veteranos contra garotos. E logo contra um Flamengo que sabemos que é lento, insosso, e impreciso. Passamos o primeiro tempo praticamente em branco, tendo dado um único chute a gol. Tudo bem, eles só deram uns 5. Pior ainda. Jogo feio, de baixo nível. Era de se esperar, sendo um time que está logo acima da zona do rebaixamento, que conseguiu um empate e uma derrota para o time que talvez tenha a pior campanha dos pontos corridos, o lanterna Náutico.
Mas isso também do vice-líder? Do time que almeja tirar oito pontos de diferença para o Cruzeiro? Ou pelo menos se manter na vice-liderança e conseguir vaga na Libertadores? Ou o time que pretende ser campeão da Copa do Brasil?
Sinceramente, não será com o futebol apresentado do primeiro tempo que chegaremos a isso. Antes do segundo tempo começar indiquei via SMS para o Paret uma substituição: tirar Seedorf, inoperante e perdido lá na frente, e colocar Alex. A ideia era recuar Rafael Marques, dar mais mobilidade, passe e marcação ao meio, algo que Seedorf não estava fazendo, perdido na frente junto com o Rafael, e ao mesmo tempo dar mais velocidade e capacidade de brigar com os zagueiros, com a entrada do Alex.
Oswaldo não pensou o mesmo. Fez diferente e talvez melhor. Recuou Seedorf, que passou a jogar quase que como um terceiro volante, e jogou o Lodeiro mais a frente, caindo mais pela esquerda. Ótimo, isso nos deu saída de bola, e recuperamos o controle do meio.
Mas foi pouco. Muitos jogadores estão mal, errando demais. Lodeiro, por exemplo, foi só vontade. Muita vontade, muita correria, mas pouco resultado. Rafael Marques foi discreto, no primeiro tempo chegou a cometer erros medíocres.
Precisamos melhorar. Pelo menos não perdemos, e o primeiro tempo indicava isto. Mas não estou nem um pouco satisfeito. Precisamos ir além, oferecer alternativas, variações táticas, e voltar a apertar marcação e correr. Será só o cansaço, ou mais alguma coisa pesa sobre esta equipe, que já mostrou diversas vezes ser capaz de fazer mais?
O fato é que a classificação na Copa do Brasil ficou em aberto. Vamos ter mais 90 minutos de muita luta. Sem descanso.
Agora voltamos ao Brasileirão, e sábado só a vitória contra a Ponte interessa. Sem descanso.
Abraços.