BOTAFOGO 1x2 DESPORTIVA
MARCOS PARET
4.800 torcedores foram hoje ao estádio lá em Vitória e viram um Botafogo começar tímido, como se ainda estivesse acertando as jogadas em treino e foi assim que levamos o primeiro gol. Íamos mal em campo e ao encontrar uma avenida na lateral, o jogador adversário surgiu à frente do Jefferson que conseguiu colocar a bola para o escanteio. Na cobrança, o jogador deles subiu sozinho para abrir o placar.
Mas não levou mais que 8 minutos para empatarmos, através do Gegê, num momento em que alguns dos jogadores começaram a aparecer mais para o jogo. A partir dos 20 minutos, já não atuávamos com tanta displicência quanto o fizemos no início e assim, o time conseguiu começar a ajustar o seu futebol em campo. Mas em início de temporada e com quase todo o time mudado, não era fácil acertar os passes e criar para o surgimento de boas jogadas lá na frente. O Damian Lizio, muito tímido, não fez no primeiro tempo o papel de meia criativo para o qual foi contratado e assim, o garoto Luis Henrique, isolado, ficava perdido entre os zagueiros.
Foi então um primeiro tempo muito fraco, deixando os torcedores apreensivos com a falta de objetividade da equipe. Talvez o fato de ser amistoso e, ainda, a chuva que deixou o campo molhado impediram que uma melhor organização tática pudesse ser vista. Esperança de futebol melhor no segundo tempo? Bom, voltamos, pelo menos, com a lembrança do belo gol do Gegê, que começou com o nosso lateral metendo uma caneta no marcador, indo à linha de fundo e cruzando no pé do garoto que só escorou no canto mas vejam, voltamos sem qualquer mexida na equipe.
Aparentemente, o Ricardo Gomes quis resolver os problemas vistos em campo no papo e mais, dar continuidade ao grupo para um melhor entrosamento. Mas foi novamente num escanteio cedido pouco antes dos 13 minutos que cedemos o segundo gol, igualzinho ao primeiro. Ficava difícil saber o que se passava com aquela defesa para deixar o mesmo atleta fazer exatamente o mesmo gol pela segunda vez.
E foi aí que o Ricardo colocou em campo 3 jogadores de uma só vez: Leandrinho, Ribamar e Marcinho, 3 garotos da base, tirando o Renan Fonseca, o Lizio e o Luis Henrique. Mais uns 4 minutos e o Renan deixou o campo para a entrada do Emerson Silva. Mais algumas tentativas de ir ao gol e entraram Otávio, Jean, Lucas Zen e Dierson para a saída do Diego, Diogo Barbosa, Bruno Silva e Rodrigo Lindoso. Ficamos somente com o Gegê e o Emerson zagueiro e mais o Jefferson no gol, dos atletas que começaram a partida. E mais 7 minutos se foram e entraram Igor Rabelo e Mateus Fernandes, saindo, finalmente, o Emerson e o Gegê. Isto, já com 30 minutos de bola rolando na segunda etapa e uma curiosidade: exceto pelo Jeff e pelo Emerson Silva, vindo do Avaí, passamos a jogar com o nosso sub 20, para tentar o empate. Muito pouco.
Claro que não seria assim que poderiamos passar a jogar bem. Aos 44, Fernandes, inacreditavelmente preterido, entrou no lugar do contundido Dierson mas já sabíamos que o que nos restava era esperar o final daquele jogo melancólico. E foi um jogo que assustou. Agora o treinador tem aí mais uma semana inteira para ajustar as peças com as quais iremos para Bangu na estréia do carioca.
DOS JOGADORES
- Damian Lizio - muito timido. Seu 'sumiço' no primeiro tempo foi tão grande, que cheguei a temer que tivéssemos trocado um Diego Jardel pelo outro mas não é isso. Me pareceu, sendo muito jovem, precisar de mais tempo para encontrar o seu lugar em campo. Me lembrou, de cara, o Conca, que arrebentou na virada da década mas levou uns 3 a 4 anos para se livrar da timidez. As notícias vindas da comissão técnica dizem que ele está ainda fora da melhor forma técnica e física.
- Luis Henrique - insisto em que é garoto e de garotos, nem o Messi surgiu de cara e arrebentou. Se não montarem um ataque com cascudos e irem escalando o garoto aos poucos, não vai dar certo. Vão queimá-lo.
- Diego e Diogo Barbosa, lateral direito e esquerdo - carecem de mais jogos, de mais tempo atuando entre os profissionais mas acho que o Carleto não vai deixar saudades e pela direita, o hoje meia Luis Ricardo também está aí.
- Emerson zagueiro (o garoto da base) - apesar dos gols tomados pelo alto, que não podem, a priori, serem colocados somente na conta dele, com a bola no chão não decepcionou.
- Os garotos do sub-20 - alguns, como o meia Leandrinho, se houveram bem mas era querer muito achar que eles iriam virar ou até empatar um jogo contra um time profissional e de atletas rodados. Imaginem só: sub-20 do Botafogo 3x2 qualquer time de homens feitos. Simplesmente impossível.
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