BOTAFOGO VAI A CAMPO E CONSEGUE
A PRIMEIRA VITÓRIA NO CAMPEONATO
6X0
6X0
A QUEM ANOTOU A PLACA,
FAVOR INFORMAR AO DETRAN
Me chamou a atenção hoje a informação do narrador da partida de que os times viriam desfalcados, eles do Paulo Bayer e o Botafogo do Lodeiro. Desinformados esses repórteres: a ausência do Lodeiro é, antes, um reforço, pois estou quase chegando à conclusão de que ele, ou é jogador de partidas menores (carioqueiro) ou então, aquele que só aparece em grandes jogos se os protagonistas já estiverem resolvendo a partida, garantindo o resultado.
E assim foi que o Jorge Vagner voltou a ser titular e, com a contusão do Mattos, Bolatti também entrou de cara. E fui gostando do time logo de cara. Antes dos dois minutos, Emerson e Zeballos já davam trabalho ao goleiro deles. Sheik meteu bola na trave aos 7 e aos 9, a Cacatua quase nos devolve anos e anos de lambanças no Engenhão mas o Daniel se afobou e perdeu a chance de pegar a sobra na área. Aos 13, o Sheik, pegando uma ótima bola do Daniel (que jogava muito bem), se antecipou e tirou uma bola que estaria à feição para o Zeballos, chutando para fora.
Todos jogavam bem, uns mais, outros discretamente mas, no conjunto, íamos nos firmando em campo e evitando que o adversário nos surpreendesse. A lamentar apenas a péssima forma do Jorge Vagner, vez que se trata de um bom jogador mas a cabeça, definitivamente, não está no lugar certo. Tamanha tranquilidade, mesmo sem muito poder ofensivo, só podia resultar em gol. Após ótima triangulação pela direita entre Zeballos, Gabriel e Bolatti, este último cruzou no pé do Sheik que só teve o trabalho de dominar e colocar no canto. 1x0 e tranquilidade em campo.
E no segundo tempo, jogando da mesma forma (tentando não errar e procurando ir à frente com mais rapidez), Emerson Sheik pegou uma bola de sobra do goleiro e, com muita categoria, aumentou e deixou o time mais tranquilo ainda. Estou muito confiante em que, mesmo sendo um cara bipolar e perigoso, este nosso 7 de 2014 é um atleta que vai dar mais produtividade do que problemas.
E como estamos bem em matéria de boa fase dos jogadores. Aos 8 e meio, Gabriel desperdiçou um contraataque em jogada que até pareceu nos trazer perigo na retomada mas ato contínuo, retomamos nós a bola e, de novo com o Gabriel que, desta vez, fez jogada magnífica para o Edilson na direita. Fechando para o meio, Edilson tocou para Daniel que em belíssima jogada, aumentou para 3. Belo gol mesmo e, também, gol para dar moral ao menino.
Falei sobre dar moral durante a comemoração do gol e vejam que, 2 minutos depois, o garoto, em jogada de atleta europeu, arrancou e, sozinho, foi levando a defesa e colocou na saída do goleiro, no cantinho.
4x0 e caixão fechado.
É incrível “esse tal” de futebol. Remando contra a maré dominante, sempre achei que tínhamos um bom time, porém, sem treinador até à chegada do Vagner (que também ainda não tem cacife para um time da envergadura do Botafogo, mas já está furos acima do antecessor aprendiz) e que só nos faltava elenco. Estão contratando e vejam que, após o quarto gol, nosso toque de bola melhorou muito, mesmo com a marcação deles ainda em cima.
E o mais incrível: com este quarto gol acontecendo aos 9 minutos, fiquei sem ter mais o que dizer do jogo por mais de 40 minutos. Mas, aos 27, o craque que “está vindo” nos pés e no cérebro do Daniel, roubou uma bola e só nisso a jogada não foi de craque. No mais, levou sozinho, deixou a zoeira para o zagueiro que ficou entre tentar tirar a bola ou derrubá-lo e, não o derrubando, teve que ver o garoto colocar, de novo, no cantinho, em jogada apertada na qual um atleta comum perderia o gol.
Era o quinto gol e eu já estava até conferindo o placar com medo de perder a conta.
O Botafogo sequer precisou se preocupar com substituição e a primeira só veio já aos 24 minutos, com Lucas entrando no lugar do J. Vagner (o único a destoar em campo), deslocando mais uma vez o competente Edilson para o meio. Aos 29, Wallyson entrou no lugar do Zeballos e aos 34, Bolatti saiu e entrou Julio César. E vejam que falei, após dizer como foi o quinto gol, que podia perder a conta e não estava enganado. Aos 36, Wallyson (até ele) fez uma jogada de ‘um-dois’ na meia direita e, ao receber de volta, cortou o zagueiro e meteu no canto. 6x0.
Medo só estou tendo mesmo por ter sido este jogo o ‘JOGO DA CHINA” ... vocês.. sabiam?..... (Rádio Relógio – para os mais antigos). Tomara que, pelo menos, o Daniel não se transforme no Vitinho versão 2014. Agora vamos ler a opinião do Henrique.
Amigos,
Vitória categórica, era o que precisávamos. Três pontos que nos tiram do sufoco, e nos colocam no meio da tabela. Seis gols que nos qualificam em termos de saldo e nos deixam, neste momento, como o ataque mais positivo. E o principal: a tranquilidade que Vagner Mancini precisava para dar mais estrutura e consistência ao time que está montando.
Mas como foi a história deste jogo? Primeiro, o adversário foi o mais frágil e desestruturado de todos os quatro que enfrentamos. Igualmente pressionado pela situação na tabela, buscava sair com pelo menos um ponto.
Diante destas circunstâncias o jogo começou com a retranca deles, e o Botafogo com uma marcação adiantada e pressionando a saída de bola, algo que o time só passou a fazer adequadamente com a vinda do Mancini.
Mas a minha impressão foi que logo o nervosismo tomou conta do jogo, e as duas equipes começaram a errar muito, e o jogo começou a ficar igual. Mas a estrela, e vontade de brilhar forte, do Emerson, funcionou, e estando bem posicionado na área recebeu passe preciso e não perdoou, colocando a bola dentro do gol.
Foi a redenção. Neste ponto o nervosismo, que estava dividido entre os dois times se mudou todo pro lado catarinense, e então nosso time pode produzir tudo que podia, pela sua qualidade, e pela incapacidade do adversário entrar no jogo.
E assim foi construída a goleada. Sheik fez mais um, Daniel três, e Wallyson fechou o placar. Acho que Daniel pode ser o exemplo desta situação. Contra o Bahia já havia jogado bem, mas como todos falaram, e eu comentei, ainda precisava comer muito feijão. Fez três gols, mostrando o acerto de nossas observações. Mas até a timidez que mostrou na entrevista na saída do jogo prova o quanto ainda precisa amadurecer.
É um garoto, ainda vai brilhar, pode crescer junto com o time, mas não se pode colocar sobre os ombros dele o peso de resolver nossos problemas em todos os jogos. Nestes jogos mais escamados ele poderá contribuir, mas a atuação de jogadores mais experientes, como o Sheik, Jorge Wagner, Edílson, Bolatti, será essencial. E para tudo dar certo, o entrosamento terá que ser maior, e dependeremos bastante deste trabalho do Mancini.
Acho que chegamos a uma bifurcação. O time abriu um novo caminho, que é de crescimento e sucesso, mas há ainda o caminho possível de se retornar ao ponto de partida. Vamos torcer que o caminho percorrido seja o primeiro, e vamos apoiar o time, para chegarmos bem longe neste campeonato. Rebaixamento? Espero que seja definitivamente um fantasma do passado.
Abraços.