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A LENDA - clique na imagem e faça um tour pela gloriosa história do Botafogo

14 de out. de 2015

SOMOS TODOS JEFFERSON

MARCOS PARET




MANIFESTO


SOMOS TODOS JEFFERSON


Jefferson foi barrado em 1912 (ou desde lá).

Naquele ano, o time/clube abandonou a liga principal do futebol carioca em repúdio à suspensão do Alberto de Lamare (este brigou com o Gabriel Carvalho do América no jogo de 1911). Solidário com o seu atleta e com as suas razões, o clube abandonou a Liga principal e passou um ano jogando a Liga secundária (não era acesso, era outra competição).

O Botafogo então já houvera patrocinado a primeira revolução no nosso futebol. Os outros clubes jogavam com jogadores mais velhos, ninguém sabia como trazer os garotos para o time principal: o Botafogo soube, trouxe a meninada e brilhou em 1910. Todos nos copiaram a partir dali mas a inveja, que já vinha lá dos tempos do Remo no século anterior (somos campeões de 3 séculos – únicos no país), veio a reboque.

Levamos um bom tempo até nos reerguermos e quando o fizemos, nos transformamos NO futebol brasileiro. Mandamos nos anos 30 a ponto de não só conquistarmos o tetra (o quarto título, em 1935, reuniu todos os clubes do Rio), como também servirmos de espelho para que um clube do nordeste copiasse, desde o nosso nome ao uniforme e até o estatuto. Mudaram, depois, traços do uniforme nos anos 70 para evitar a comparação excessiva.

Nestes mesmos anos 30 veio mais uma revolução. Fomos A seleção brasileira na Copa de 1934, na Itália. Com a briga da Confederação Brasileira com clubes e Federações estaduais, a entidade decidiu que o país não iria à Copa MAS O BOTAFOGO DISCORDOU.

Para pinçar matérias sobre a epopeia alvinegra de além mar, fui buscar publicações mas, incrível, citam a briga das entidades, Carlito Rocha mas nada de falarem o óbvio: quando a entidade antecessora da CBF desistiu de levar o país à Copa da Itália, O BOTAFOGO FOI CONTRA E DECIDIU QUE O PAÍS IRIA À COPA. A viagem de navio muito longa tirou a forma física dos atletas e fez com que fôssemos eliminados de cara mas SEM O BOTAFOGO, NÃO SERÍAMOS O ÚNICO PAÍS PRESENTE EM TODAS AS COPAS DO MUNDO.

Voltamos e fomos atravessar mais um período inglório, somente aliviado (em parte) pelo título de 1948.

Veio a década de 50 e o famoso complexo de viralatas. Com suas participações apenas figurativas em torneios internacionais, mais a perda da Copa de 50 e uma eliminação traumática em 54, na Suíça, o nosso time passou a ser considerado ‘aquele que jogava com beleza mas sem qualquer objetividade’. No país, ninguém queria saber de sair do seu casulo, todos estavam satisfeitos com seus títulos (por muitas vezes estranhos, contestáveis – vem dessa época o tapetão), mas o Botafogo queria mais.

Em 1956 o clube foi às compras. Depois de trazer do Atlético-MG o ótimo atacante Paulo Valentim, tendo à frente o ainda dirigente João Saldanha, fomos às Laranjeiras e de lá não saímos sem o passe da futura lenda do futebol mundial: Didi. Era empolgante como o Saldanha contava um lance bem engraçado da saga para se tirar o ainda obscuro (em matéria de fama) meio campista do Fluminense. Segundo João, com todo o dinheiro já entregue, um dirigente tricolor reclamou que faltava um valor, uma coisa irrisória para o montante envolvido (algo como uma moeda de R$0,50 neste 2015). Nas palavras do Saldanha, o dirigente tricolor recebeu a mala com o dinheiro, contou e depois rosnou "o passe do jogador é tantos mil, não sei quantos Cruzeiros e cinquenta centavos e faltam os cinquenta centavos". Um dos nossos diretores então fez correr sobre a mesa a dita moeda e o Didi saiu do ostracismo para a glória.

Em 1957, com Saldanha como técnico, vencemos a final das finais, sapecando 6x2 do Fluminense, até então o time a ser batido. O título carioca de 1957 ficou conhecido como supercampeonato, pela forma de disputa. Saímos dali para fazer a história do país nas copas de 58 e 62, (nesta última, com 5 titulares absolutos entre os bi-campeões). O Botafogo foi protagonista, em 1962, do seguinte feito – CONQUISTOU 120 HONRARIAS, entre taças, medalhas e premiações similares, um recorde jamais alcançado por nenhuma agremiação esportiva no mundo: 120 premiações em um só ano. Foi campeão em sequência em atletismo, basquete, vôlei, futebol em várias categorias, natação, esgrima, O DIABO.

Numa época em que o esporte aéreo (aeromodelismo) era praticado e era popular, ganhamos, naquele mágico 1962, um título que nenhum clube possui até hoje – campeão de terra, mar e ar em um só ano. O Comitê Olímpico Internacional entregou uma flâmula comemorativa do feito ao clube.

Veio a copa de 1970 (a Copa das Copas) e tínhamos 8 atletas entre os 22 convocados.

Vieram com isto, da nossa parte, a acomodação, uma perigosíssima certeza de que os títulos eram tido como certos e o pior, a soberba. Da parte da periferia do futebol sobrava a inveja, o ódio e um juiz que, em 1971, no apito final, nos tirou o título do carioca para entregá-lo ao Fluminense. Juntadas todas as mazelas citadas acima, fomos à lona e por uma conjunção de fatores, até hoje tentamos nos reerguer, claro, sem nunca deixarmos de ser grandes. Não alcançamos ainda, neste 2015, o nosso lugar de volta no olimpo do futebol mas como gigante, temos, mesmo sem nenhum período de estabilidade maior que 1 ou 2 anos, um sulamericano, um brasileirão, uma Taça Tereza Herrera (vencemos a poderosa Juventus na final), mais um Rio-São Paulo, o quarto (vencemos o S. Paulo no primeiro jogo da final lá mesmo) e, ainda, detonado que foi pela inveja e pelo medo que têm de nós, um projeto de time de sonhos em 2007, que jogou por música e encantou o país.

A história não pode ser contada senão desta maneira. Quem não concordar que pesquise.

SOMOS TODOS JEFFERSON

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6 comentários:

  1. Brilhante seu editorial. A verdade sobre o futebol brasileiro jamais poderá ser escamoteada como tentam fazer a imprensa de hoje. Esta é a única coisa que posso dizer.

    P A R A B É N S M E U A M I G O

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    1. Pois é Luiz. Alguns amigos alvinegros conhecidos deste debate costumavam dizer, acho que na época em que comentávamos na casa maldita (aquele jornal cujo nome não vale a pena citar), que o time escolhido por eles nasceu da inveja do Botafogo: os rapazes do Botafogo no remo ganhavam todas as menininhas da praia e assim, os do bairro vizinho foram também montar um time para não ficarem na poeira.

      E daí para as histórias oficiais, não se deu muito tempo. Eles não nos aguentam, oficialmente, desde 1910 (um deles, desde 1907, época em que não nos engoliu como campeão estadual).

      Paret.

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  2. Je suis Jefferson, Je suis Botafogo. Líder com dois jogos a menos. Temos que aproveitar e, jogando em casa, selar nossa volta à série A, de onde nunca deveríamos ter saído. Sangue nos olhos e faca nos dentes... Falta bem pouco, e o título está bem ali...

    PARABÉNS PELO BELÍSSIMO EDITORIAL (EM MAÍUSCULO)!!

    SAN


    Alexandre

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    1. É isso Alexandre. O time tem que ter sangue nos olhos e eu, após a sacanagem com o paredão, não me contive e vim postar com a faca entre os dentes.

      Não aguento tamanho amadorismo. Mais uma bola fora (um 7x1) desta turma que manda no nosso futebol.

      Paret.

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  3. Boa Noite meu amigo...

    Só passei aqui pra reve-lo e fixar meu novo território de debates futebolísticos.


    Infelizmente, a censura me fez sair do blog do pc( desculpe o desabafo), porém fico feliz de encontrá-lo aqui ( logo no seu quintal) para continuarmos nossas pelejas.


    Independente de tudo trago vocês, foguenses do blog do pc, no coração.


    Abraços, meu nobre.

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    Respostas
    1. Fala meu prezado. Não sou muito bom neta coisa de "multi-nick´s" e assim, sempre fiquei na dúvida se o amigo era o Camejo mas enfim, pelas razões que vou explicitar, nem é preciso explicar a dúvida.

      Seguinte: tenho visto que o PC, provavelmente atarefado pela produção de mais uma peça literária mas, igualmente aborrecido com o mimimi sem fim e as produções repetitivas (repetitivíssimas) de comentários, acabou por barrar a todos os que nada mais acrescentam ao debate.

      Só que aí, quanto à sua vinda para o BE, reside um sério problema. Veja como em 6 anos, agora é que vamos atingir 200 mil visitas. Não sei se lhe ocorreu mas isto, por si só, já denota sermos um blog mais fechado, uma espécie de mesa de bar de um grupo de amigos (aqueles amigos de anos, de encontros semanais para colocar o papo em dia).

      E somos mesmo. Isto aqui começou em novembro de 2009 e se deu da seguinte forma: os “sócios-fundadores” todos comentavam no Globo, debatendo com a turma FRAmenga que lá, era composta de tudo o quanto era nego torto (Chico Buarque). A coisa lá era terrível, já que desacostumados com a troca de ideias, achavam que na internet iria funcionar o “esquema churrasco” (aquele aonde são maioria, falam mais alto e se vier opinião em contrário, dão um ‘gritazzo’ – não confundir com maracanazzo – em uníssono e calam qualquer resposta não com argumentos mas sim, pelo barulho produzido). Ali a coisa ferveu, fomos ameaçados e até dados pessoais nossos foram buscados.

      Assim, para evitar que a coisa chegasse a um limite mais perigoso (até regiões próximas ao meu endereço – e moro muuuiito longe – neguinho descobriu .... ameaçavam-nos textualmente, sem medo), resolvemos criar um blog aonde falássemos de Botafogo, um espaço para falar dos jogos e discutir apenas coisas ligadas ao Botafogo. Temos um sub-blog, que nem tenho mais atualizado, chamado “vou zoar”. Tem outro também de nome “humor da galera” (estão no link “HUMOR”) e se for do seu interesse, apareça por lá. O ‘humor da galera’ pode ser atualizado semanalmente e é o melhor para debater.

      Para facilitar, vou postar um a”zoeirinha básica” com quem não anda bem na atualidade (rsrsrsrsrsrs) para ter o prazer de receber o amigão naquele espaço (e creia, lá tem autoziação meu amigo).

      Só que aqui não vai ser possível o debate. Os sócios se cansaram de blablablá midiático e não querem e assim, este espaço principal é só nosso ok? Mas apareça lá no ‘humor da galera’. Vai ser divertido.

      Abços..

      Paret.

      Excluir


Leia aqui como o Botafogo mudou o rumo da história do esporte no Brasil (e do futebol no mundo).
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