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1 de dez. de 2014

A CRONOLOGIA DE UM FRACASSO

Maurício Assumpção

Uma breve análise das trapalhadas do pior presidente da história do Botafogo.
_______________________

Chega ao clube em 2009 vindo do mais absoluto buraco negro do anonimato. Com o tempo, percebeu-se quem era aquele sócio do clube que, de ilustre desconhecido, passou a comandar os nossos destinos de torcedor. Dentista por profissão, certamente ligado a gente influente da sociedade, acabou por receber apoio do PMDB (suspeita-se que por conhecimento com o, à época, vice-governador Luis Fernando, o Pezão) e conseguiu, com um relacionamento desta envergadura, alçar ao almejado cargo.

Vejam meus amigos, uma pessoa influente da política (o vice-governador) colocou o seu dentista particular para dirigir os destinos do clube pelo qual torce. Traduzindo: os destinos do Botafogo foram decididos entre uma e outra extração/obturação dentária.

Pois como um perfeito despreparado, o dentista foi logo dizendo ao que veio: tratou de começar uma farta dispensa de jogadores do bom elenco de 2008, mormente do meio de campo do time (Leandro Guerreiro ainda ficou até 2010 mas saiu para o Cruzeiro), ficando então o time a mercê de novatos e desconhecidos para substituir os eficientes Diguinho e, principalmente, Tulio Guerreiro. Foi um Deus nos acuda. Para o cariocão, ainda tentou contar com a excelência do futebol que Maicosuel passou a praticar depois de entrar em forma mas, num lance bisonho, aceitou a conversinha mole do Kleber Leite de que seria melhor para os dois clubes se houvesse finalíssima e, com o nosso time voando (vínhamos de um sonoro 4x0 no Vasco), andou na decisão da Taça Rio para o timeco do Flamengo, permitindo-lhes então conquistar aquele segundo turno e, ato contínuo, fomos para os dois jogos decisivos. Claro que logo logo veio a flamengada de sempre – quebraram Maicosuel e Reinaldo no mesmo minuto, no primeiro jogo, em momento no qual tínhamos virado o placar e mandávamos em campo e com isso, tivemos que ir para a partida decisiva até com garotos dos juniores em campo, haja vista também as suspensões por cartão.

Perdemos aquela final e o time que entrou no brasileirão, já sem o Maicosuel, ainda começou a pagar um karma de arbitragem que parecia ser remanescente da era Bebeto, aquele que brigou com os poderes dominantes do nosso futebol e nos deixou a mercê do apito. Segundo um comentarista do rádio, flamenguista das antigas, pelo menos 15 pontos foram tirados do time no brasileiro daquele ano, quando só nos salvamos da degola pelo surgimento repentino do Jobson nos dois últimos jogos. Mas o elenco era pífio: Leo Silva, Vitor Simões, um lentíssimo Juninho na zaga e por aí seguíamos, de jogo em jogo, até o último 2x1 salvador contra o Palmeiras.

Mas era o primeiro ano do dentista e ele não se continha. Mal via um microfone e mandava duas pérolas que, de tão insistidas, começaram a irritar a torcida, aquelas que depois ficaram manjadas: “atleta de fechar aeroporto” e “time de sonhos”. O primeiro time que ele achava que era de sonhos contava com Loco Abreu e Herrera, dois bons atletas mas ainda assim, incapazes de propiciar um ganho mais significativo na parte técnica. Ao ser reeleito, em 2011, ele bancou a volta do Jobson e repatriou Maicosuel que, no entanto, sofreu grave contusão ficando fora do time por um bom tempo. Voltou quase um ano depois mas aquela promessa de craque diferenciado ficou na poeira, apesar de alguns lampejos e de partidas com resultados bem vistosos, de futebol envolvente, nas quais atuava com Loco, Herrera e o recém chegado Elkeson.

Como andava na cola do holandês Seedorf desde essa época, o dentista esperou até 2012 para contratar, enfim, um técnico que vinha com um nome de respeito (Osvaldo de Oliveira) e, finalmente, em junho deste ano, o atleta de fechar aeroporto (Seedorf). Montou então o tal time de sonhos mas ele foi mais efêmero do que um cometa, ante as trapalhadas em série deste incrível mandatário. Seedorf, que por aqui durou um ano e meio, não era o mesmo Seedorf dos bons tempos (teria que vir com um grande atacante para que juntos, fizessem a diferença) e o time de sonhos foi desmontado assim que despontou, com a abrupta venda do Vitinho, a grande mancada a nos deixar sem a taça do brasileirão de 2013.

Com as trapalhadas saindo pelas ‘frestas’ de General Severiano para o noticiário, vimos que aquele projeto de timaço já começara a fazer água ainda nos primeiros meses da vinda do holandês, tal a constância dos atrasos de salários. Noticiou-se também que o dentista, sonhando com uma votação futura no Senado para o perdão das dívidas fiscais, parou, por conta própria, de pagar impostos e começou a jogar o time/clube num buraco sem fundo. Perdemos um acordo com o TRT chamado ‘ato trabalhista’, no qual pagávamos débitos com ex contratados sem a perda das receitas, perdemos também o Engenhão sem que este filhote (na verdade, inocente útil) da política plantado no clube ousasse sequer um ‘ai’ como forma de tentar ressarcir o clube dos prejuízos do momento e os advindos (lucros cessantes), premissa básica de um administrador minimamente competente e a credibilidade do clube começou a declinar a olhos vistos. O dentista, decerto, comprometido com o poder político carioca até à medula, não pôde contrariar o fechamento grosseiro do estádio, fato este que jamais ocorreria se fôssemos o Botafogo, por exemplo, do João Saldanha. Já quanto ao bloqueio de receitas e à consequente falta de dinheiro, reclamava sempre que estava à espera do julgamento de um recurso para voltar ao ato trabalhista mas jamais justificou o seu próprio ato impensado e amador de parar de pagar impostos.

Perdemos o Engenhão, as receitas e até houve um disse-me disse de que a emissora que manda não estava satisfeita com o fechamento de um acordo de naming right para o estádio com a Volkswagen, que nos renderia 30 milhões ao ano e, não se contentando com a recusa do clube aos pouco mais de 15 milhões que a CEF queria oferecer, agiu para que o prefeito viesse a tomar uma atitude que barrase as nossas pretensões.

Com ou sem a culpa dos podres poderes, o fato é que a diretoria ficou muda, o Assumpção foi para casa em protesto e só reapareceu, segundo relatos dos últimos atletas insatisfeitos com a falta de dinheiro, para chorar nas reuniões. Conquistamos, ainda assim, num golpe de sorte (a sulamericana pela Ponte Preta), a vaga na Libertadores após 18 anos sem ir à competição mas contrariando o ôba-ôba da nossa torcida, o dentista deixou saírem mais atletas importantes (o mais visível, Rafael Marques), não contratou treinador para o certame e fomos jogar em Santiago do Chile e Buenos Aires com um técnico de juniores que não tinha a menor idéia de como mexer num time de profissionais e um atacante chamado El Tanque Ferreyra (um inacreditável dinossauro que, no século XX, não passaria nem na porta do Bangu).

Fomos, claro, eliminados do torneio, não sem lances típicos de crueldade do destino: começamos liderando a nossa chave e assim permanecemos até chegarmos ao penúltimo jogo, única e exclusivamente por nossa conta (a dos torcedores), já que fomos em massa a todos os jogos que fizemos no Maracanã, chegando a um total de mais de 140 mil alvinegros presentes às 4 partidas como mandante.

Nos restou então a esperança de ir levando o barco no brasileirão, campeonato o qual disputamos com relativa honradez até à volta do torneio (após a parada para a Copa do Mundo), com uma perspectiva de conseguir algo mais significativo pela via da Copa do Brasil. Só que, em mais um dos seus lances pixotescos, o Assumpção, brigado com o elenco, dispensou, às vésperas de um dos jogos do campeonato, 4 jogadores de uma só vez, entre eles o principal atacante e um lateral que estava indo muito bem no meio de campo, sendo inclusive um exímio cobrador de faltas: Edilson. Ficamos apenas com Wallyson e um trapalhão chamado Rogério para tentar fazer os gols que precisávamos para seguir no torneio. E eles fizeram.

Com eles em campo, vencemos o Corinthians e o Flamengo em Manaus e ainda fomos salvos de uma derrota para o perigoso Sport em Volta Redonda mas os dois se machucaram praticamente no mesmo momento do certame. Assim, com 4 atletas dispensados em pleno correr do campeonato, perdendo os dois homens capazes de fazer gols que sobraram e com o elenco recheado de ilustres desconhecidos e amebas que nem no banco poderiam ficar (Dankler à frente), não fizemos mais nenhum gol no campeonato (o único gol do nosso time a partir daí foi contra, em partida na qual perdemos para o Cruzeiro) e vamos chegar ao final do torneio, no próximo domingo, ainda sob o risco de cair para a série B em último lugar, vexame do qual só estamos livres por termos em nossa companhia na categoria de pior time de 2014 este inacreditável Criciúma.

No dia 25/11, o Sr. Maurício Assumpção se despediu do clube com a eleição do novo presidente (de quem falarei depois) mas sequer deu as caras para dizer o que faremos com a culpa que ele assumiu para si caso fôssemos rebaixados, quando dispensou os 4 atletas em plena disputa do campeonato. Ficamos nós então com este nariz de palhaço inafastável (inaceitável/inconcebível), até que comecem os campeonatos de 2015 e esta nova diretoria diga ao que veio, já que mal a contagem de votos terminou e já começaram também promessas bem insólitas mas como eu disse, FALO DESTA GENTE RECÉM CHEGADA DEPOIS.

O Botafogo é uma fortaleza e nós, estes mais de 4 milhões de abnegados, jamais nos renderemos.

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9 comentários:

  1. Paret,

    Só acho que passou batido por um jogador que fez muita falta nessas rodadas finais do campeonato: Daniel. Se é inconstante, pelo menos teve alguns momentos de brilhantismo, e poderia ter sido o meia-atacante que poderia nos garantir a permanência. Mas a séria contusão também o tirou dos campos.

    Sobre o Maurício Assumpção, tem a notícia recente, do empréstimo de 3 milhões... http://globoesporte.globo.com/blogs/especial-blog/bastidores-fc/post/botafogo-usou-emprestimo-para-pagar-familia-de-assumpcao-em-outubro.html

    Tem que sumir mesmo.

    Abraços.

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    1. Amigo, não acho que o garoto Daniel pudesse ter resolvido a parada.

      Ele hoje vai ficar como uma espécie de reserva técnica para o ano que vem, claro, devendo ser tratado como o que é (um simples garoto, uma espécie de Phipipe Coutinho do ano de 2006).

      Com ele e Gabriel no time, temos a esperança de começar a pensar na montagem de um elenco decente.

      Já sobre o sumido, falei tudo aí acima. Não gostaria de me alongar mais (só Deus sabe o que fiz para, num texto destes, evitar o mal maior das palavras inadequadas).

      Paret.

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    2. Ele sozinho não, mas ficamos sem nenhum meia na equipe.

      De todos os jogadores que perdemos no segundo semestre, acho que os que fizeram mais falta foram Daniel e Bolívar, este último por conta da inexistência de substituto, que passou a ser Dankler.

      Abraços.

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  2. Paret, com tudo que foi elencado por você, nosso destino não poderia ser outro.
    Henrique, concordo que os dois citados fizeram falta sim, afinal não tínhamos meio, ninguém, absolutamente ninguém, para armar. Na zaga, basta olharmos as atuações do Dankler.

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    1. Sim meu amigo, mas tem algo que não citei na matéria, já que pensei este texto antes ainda do final do jogo de ontem apenas imaginando mostrar a debacle.

      E este algo é, O DESGRAÇADO FEZ O QUE NINGUÉM FEZ - Trouxe uma lenda européia do futebol para o nosso clube.

      Claro que com o passar do tempo, a loiraça da D. Millan e o craque holandês passaram a perceber que um aventureiro usava o nome do clube mas mesmo assim, não podemos dizer...

      - Que o time da fase final do carioca de 2009 era ruim.
      - Que o time com Loco, na época em que ele trouxe Elkeson e que Maicosuel recuperou o seu futebol, pelo menos de maneira satisfatória, era ruim.
      - E, principalmente, que aquele Botafogo que sapecou 4 no Galo campeão da Libertadores com Vitinho fazendo chover no Maraca não era um timaço.

      Que destino hein?

      Paret.

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  3. Bom dia caríssimos Botafoguenses.

    Meu grande Paret, todo o bem que este carinha trouxe para o nosso Botafogo, ficará esquecido, não pela segunda divisão pois isso são coisas do futebol, mas sim pela gestão temerária que passou a fazer a partir do ano passado.

    Foi uma tragédia como Presidente, e hoje lendo a entrevista do Presidente eleito, fico muito preocupado com tudo daqui por diante. As saídas são extremamente delicadas e complexas para se resolver.

    Vamos ver como isso se resolverá, mas temo pelo futuro do nosso Glorioso.

    Um abraço a todos

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    1. Exatamente,

      Ele fez algumas coisas sensacionais, outras boas, teve muitas promessas no vazio, e cometeu erros tolos, básicos, e outros claramente de má fé. O saldo final é extremamente negativo.

      Barrou Mauro Nei Palmeiro em termos de gestão ruim. Só Charles Borer compete com ele.

      Abraços.

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    2. Luiz. falando em novo presidente, hoje, não apostaria uma ficha em todo este blablablá que ele alardeia na mídia. Deverá montar um time decente para a segundona, já que isto é obrigação (somos um dos 12 grandes, temos torcida e camisa) mas não aceite informações deste senhor assim tão facilmente.

      Ele fala em dívidas e, em questão de horas, em duas matérias (provarei isto), diz que é pagável e depois, que é complicada.

      Começou, logo após a eleição, mandando duas pérolas que, após esgotarmos aqui este assundo "dentista", prometo trazer à baila.

      E já quanto ao Borer Henrique, a pixotada odontológica que ele parece ter cometido, a assinatura da venda da sede, não foi dele e sim dos filhinhos de papai que o antecederam (o filho do Rivadávia à frente). Ele só foi o cara que ficou com a fama ruim. Borer foi enroladão, mas foi um inovador perto do Maurício Trapalhão.

      Paret.

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  4. Vou aguardar o seu editorial sobre o assunto, para então ter uma opinião mais abalisada.

    Por enquanto meu amigo prefiro confiar em nós mesmos. rsrsrsrs

    Um abração

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Leia aqui como o Botafogo mudou o rumo da história do esporte no Brasil (e do futebol no mundo).
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